A terminologia das criptomoedas explicada 20 termos que deve saber

A terminologia das criptomoedas explicada: 20 termos que deve saber.


Já foi há 12 anos que o anónimo Satoshi Nakamoto publicou o seu relatório branco a explicar como é que a Bitcoin (BTC), a primeira criptomoeda, funcionaria. Para muitas pessoas, a terminologia em torno das criptomoedas continua a ser uma linguagem indecifrável.


É impossível evitar os termos técnicos quando discutimos um projeto blockchain. Estas redes são programadas utilizando linguagens de programação avançadas. Caso seja novo nas criptomoedas, aprender alguns dos termos mais comuns no mundo das criptomoedas ajudá-lo-á a familiarizar-se com o ecossistema das criptomoedas antes de investir.


O seguinte artigo mergulha em 20 termos e frases populares relacionados com as criptomoedas que deve saber para compreender melhor as descrições de projetos e as notícias relacionadas com as criptomoedas.


O básico sobre as criptomoedas: 20 termos relacionados com as criptomoedas explicados.


1. Blockchain.


Uma blockchain é um livro-razão virtual no qual as transações podem ser registadas em segurança. Esta é “descentralizada”, o que significa que não há nenhuma autoridade central a gerir as coisas. Ao invés, qualquer novo registo deve ser validade através de um computador associado à rede, um “nó” antes de poder ser registado.


O nome blockchain provém da estrutura da rede, onde cada conjunto de dados é considerado um “bloco”. Os novos blocos adicionados numa sequência progressiva formam uma “cadeia”.


Os registos guardados numa blockchain não pode ser alterados ou apagados. Ao invés, uma nova transação deve ser feita para corrigir quaisquer erros ou enganos realizados em transações anteriores. Isto impede-os de serem manipulados.


2. Mineração (prova de trabalho)


O protocolo que potencia a rede Bitcoin é conhecido como prova de trabalho (PoW). É um mecanismo de consenso utilizado para validar novas transações que serão incluídas na blockchain. Embora teoricamente qualquer pessoa possa tornar-se um “mineiro”, na prática este processo consome muita energia e requer imenso poder computacional, equipamento especializado e espaço para armazenar servidores de alta velocidade.


Para uma transação ser validada, um mineiro ou nó constituído por vários computadores poderosos, tem de resolver um quebra-cabeças matemático aleatório para gerar o “hash” que identificará o novo registo. No caso da Bitcoin, um hash SHA-256 será gerado para cada registo. Um hash é um número único que identifica um conjunto de dados. O livro-razão distribuído é então atualizado em conformidade, de forma que qualquer um possa verificar a integridade dos novos e atualizados registos.


Num ecossistema prova de trabalho, os mineiros são compensados recebendo um determinado número de tokens por validarem transações incluídas na blockchain.


3. Staking (prova de participação)


A prova de participação (PoS) é outro protocolo que pode ser utilizado para potenciar uma blockchain. Sob um protocolo PoS, apenas os mineiros que “participam” as suas criptomoedas são permitidos para participar nos nós de validação, em proporção direta com a percentagem dos tokens com que participam.


Tal como com a prova de trabalho, os nós PoS precisam de validar todas as transações resolvendo um quebra-cabeças matemático. Por fazerem-no, eles ganham recompensas. No entanto, os mineiros só conseguirão validar uma percentagem dos blocos que corresponde à percentagem das participações que realizaram.


A PoS é considerada como sendo mais eficiente em termos energéticos e segura do que a PoW.


4. Hard fork e soft fork.


Um fork ocorre quando uma nova blockchain é criada como um resultado de uma modificação do código fonte do projeto original. A blockchain e o fork operam cada sob um diferente conjunto de regras.


Num hard fork, novas regras incompatíveis com as regras estabelecidas pelo consenso (o protocolo, mantendo a integridade da plataforma) são propostas por um grupo de nós. Isto resulta na criação de uma nova blockchain que opera sob o novo conjunto de regras.


Um soft fork ocorre quando diferentes regras, contudo compatíveis com o consenso, são introduzidas, resultando na criação de uma nova blockchain que ainda pode comunicar com a original, mas opera independentemente.


5. Contratos inteligentes.


Um contrato inteligente é um algoritmo concebido para executar uma determinada transação tendo como base um conjunto de parâmetros pré-estabelecidos. Estes contratos são executados automaticamente pela blockchain assim que os parâmetros que os regulam tiverem sido preenchidos. Não há forma de modificar um contrato assim que este tiver sido incorporado na blockchain.


6. Aplicações descentralizadas (dApps)


O acrónimo dApp refere-se a uma “aplicação descentralizada” – um programa construído sobre uma blockchain existente. A diferença entre uma app normal e uma dApp é que as transações são validadas utilizando a infraestrutura da blockchain sem a necessidade de um intermediário.


7. Carteiras de criptomoedas.


Uma carteira é uma aplicação na qual os criptotokens podem ser armazenados em segurança. Dado que os criptotokens são essencialmente pedaços de código, uma carteira funciona como um local para estacionar estes códigos. Uma carteira impede que terceiros acedam aos códigos sem a autorização do proprietário.


Há vários tipos de carteiras, incluindo armazenamento frio (não conectado à internet) e armazenamento quente (acedido através da internet). Há carteiras de hardware, que são dispositivos físicos, como um disco rígido. As carteiras móveis e de computador só podem ser acedidas a partir de um smartphone ou computador pessoal, respetivamente.


8. Tokens e as suas classificações.


Um token é a criptomoeda utilizada para recompensar mineiros e nós quando estes validam transações registadas na blockchain. Estes tokens são considerados ativos digitais. Estes podem ser negociadas através de uma bolsa centralizada ou descentralizada.


Os tokens são comummente classificados como tokens utilitários, concebidos e utilizados para um fim prático específico; tokens de pagamento (ou tokens moeda), que foram criados para serem utilizados como um meio de pagamento; e tokens de ativos (tokens de segurança), que são análogos ao património líquido, títulos e derivativos em termos do seu valor económico. Mesmo embora haja outras classificações utilizadas para agrupar diferentes tokens, estes são os tipos mais comuns, segundo a FINMA, a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro Suíça.


9. Gas e taxas gas.


Gas refere-se ao esforço computacional necessário para resolver o quebra-cabeças específico atribuído para minar um bloco ou registar uma única transação. A quantia de gas necessária para realizar estas operações determinará a quantia de taxas gas a serem pagas.


As taxas gas são os custos envolvidos no registo de uma transação numa determinada blockchain, comummente expressas como um decimal de token que potencia a rede ou numa moeda fiduciária, como dólares americanos. Quanto maior o limite gas que definir, mais rapidamente a sua transação será verificada e adicionada à blockchain.


10. Peer-to-peer.


Peer-to-peer refere-se à interação entre duas partes diretamente sem a necessidade de um intermediário. Na essência, todas as blockchains são criadas para plataformas peer-to-peer através das quais qualquer coisa pode ser trocada sem envolver um terceiro para validar a operação à medida que essa função é executada pela própria blockchain.


11. ICO/IEO.


Tanto a oferta inicial de moeda (ICOs) como a oferta inicial de bolsa (IEOs) são procedimentos através dos quais um projeto blockchain pode angariar fundos por vender um determinado número de tokens para à comunidade de investimento.


GME.


Taxa overnight de posição longa 0.0000% Taxa overnight de posição curta 0.0000% Hora da taxa overnight (UTC) Spread.


AAPL.


Taxa overnight de posição longa -0.0064% Taxa overnight de posição curta -0.0059% Hora da taxa overnight 21:00 (UTC) Spread.


GOOG.


Taxa overnight de posição longa -0.0225% Taxa overnight de posição curta -0.0219% Hora da taxa overnight 21:00 (UTC) Spread.


TSLA.


Taxa overnight de posição longa -0.0225% Taxa overnight de posição curta -0.0219% Hora da taxa overnight 21:00 (UTC) Spread.


Numa ICO, não há qualquer necessidade de um intermediário dado que o projeto pode angariar dinheiro de qualquer um que esteja disposto a trocar moeda fiduciária ou outros tokens na bolsa por receber o token proprietário do projeto.


Entretanto, as IEOs precisam de ser autorizadas pela bolsa através da qual as moedas serão oferecidas e vendidas aos investidores. Na maioria dos casos, as IEOs são oferecidas através de apenas uma bolsa exclusiva, o que reduz o número de investidores que podem participar.


12. Consenso.


A palavra consenso num glossário de criptomoedas refere-se a um acordo entre os diferentes agentes que operam para manter a integridade da rede. A maioria das blockchains é suportada por um mecanismo de consenso no qual todas as partes concordam que cada novo registo adicionado à rede tem de ser devidamente validado.


Embora a maioria dos mecanismos de consenso mais bem conhecidos sejam os prova de trabalho (POW) e prova de participação (POS), há uma vasta lista de outros tipos de protocolos de consenso:


13. Validador.


Um validador é um computador ou indivíduo que realiza a tarefa verificando e confirmando a integridade de cada novo registo acrescentando à blockchain, quer sigam a prova de trabalho, prova de participação ou qualquer outro protocolo.


Nos sistemas PoW, como a Bitcoin, os validadores também são designados “mineiros”. Eles são compensados pelos seus esforços recebendo uma determinada quantidade de tokens assim que um bloco ou um grupo de blocos tiver sido minado. Nas blockchains PoS, os validadores ganham recompensas propondo novos blocos e fazendo o staking do token da rede.


14. Bolsas Descentralizadas/Centralizadas (DEX/CEX)


Uma bolsa descentralizada (DEX) é uma através da qual as transações de criptomoedas são feitas sem envolvimento de um intermediário. Estas são consideradas verdadeiras plataformas peer-to-peer. Elas funcionam através de uma série de contratos inteligentes gerados de cada vez que decorrer uma transação, enquanto todos os registos da transação são registados na blockchain.


Uma bolsa centralizada (CEX) recebe e executa ordens em nome de terceiros para comprar, vender, converter e transferir criptomoedas.


15. Ataque 51%


Um ataque 51% ocorre quando um ou mais nós de validação controlam mais de metade do poder de computação da rede, permitindo-lhes assumir o controlo do fluxo de transação da blockchain. Assim que tiverem alcançado isto, estes nós conseguirão manipular as transações que são validadas, deixando outras transações por registar.


Num ataque 51%, os nós em controlo conseguem reverter quaisquer transações que foram adicionadas durante o período de tempo em que tinham o controlo. Eles também podem fazer um gasto duplicado dos tokens – quando uma moeda digital é gasta duas vezes. Em virtude disto, a integridade da rede é comprometida e o valor do token é afetado.


16. Nó.


Um nó é um terminal que está conectado à blockchain. Este é utilizado para manter a integridade da rede através da validação constante de novos blocos que estão a ser adicionados.


Um nó ativo armazena sempre a versão mais atualizada da blockchain. Este comunica constantemente com outros nós para atualizá-los relativamente a quaisquer alterações realizadas na cadeia.


17. Altcoin.


A altcoin, a abreviatura de moeda alternativa, refere-se a qualquer token que não seja a bitcoin. Como a Bitcoin foi pioneira no ecossistema das criptomoedas, todos os tokens lançados após a BTC são considerados por alguns como alternativas a esta.


No entanto, nem todos os tokens são criados de igual modo. Por exemplo, o token ethereum (ETH) é considerado um token utilitário hoje em dia porque a blockchain Ethereum potencia centenas de aplicações descentralizadas. O Uniswap (UNI) é um dos protocolos de negociação descentralizada mais populares, concebido para permitir a negociação automatizada de tokens de finanças descentralizadas (DeFi). No final de julho de 2021, as cinco principais altcoins, em termos de capitalização de mercado, segundo a CoinMarketCap são: Ethereum (ETH), Tether (USDT), Binance Coin (BNB), Cardano (ADA) e Ripple (XRP).


18. Hash.


Uma hash é uma função que transforma qualquer inserção numa linguagem encriptada. No mundo das blockchains, um hash é gerado a seguir aos dados a partir dos quais uma transação é validada e registada na rede.


Os Hashes têm um comprimento fixo. Isto aumenta a segurança porque ninguém consegue decifrar os conteúdos de um hash sem a tabela de referência específica que foi utilizada para construí-lo.


O trabalho dos mineiros é codificar qualquer tipo de registo incorporado na blockchain seguindo uma estrutura hash específica que inclui múltiplas secções. Estas secções fornecem informação no carimbo de tempo do hash anterior, no hash gerado pelo bloco anterior e no hash alvo, entre outros. As estruturas dos Hashes variam de blockchain para blockchain, tendo como base as preferências do programador.


19. Tokens fungíveis e não fungíveis.


O termo fungível refere-se a uma das características mais importantes das blockchains e tokens que as potenciam. Qualquer ativo fungível, em termos económicos, refere-se à sua capacidade de intercambiabilidade com outro ativo ou bem do mesmo valor. Um exemplo de um ativo fungível é o dinheiro fiduciário, dado que pode trocar notas de dólar por bens e serviços.


No mundo das blockchain, um token fungível pode ser trocado por outro ativo ou token. Por outro lado, os tokens não fungíveis diferem dos tokens fungíveis no sentido em que não detêm qualquer valor inerente e não podem ser intercambiados por qualquer outro token.


20. Satoshi.


À medida que o preço da bitcoin continua a subir, muitas transações são realizadas em decimais de um bitcoin e não em números inteiros. Para promover a “fungibilidade” dos tokens bitcoin como meios adequados para troca, os desenvolvedores das criptomoedas designaram a mais pequena quantidade de bitcoin que pode ser trocada como 1 satoshi ou 1 sat.


O nome dado a esta expressão decimal advém do criador da Bitcoin, Satoshi Nakamoto, o personagem anónimo que publicou pela primeira vez o relatório branco que explicava como funcionava a blockchain Bitcoin. Um satoshi equivale ao 100º de milionésimo de uma bitcoin.


A terminologia das criptomoedas nunca mais acaba.


A lista de terminologia de negociação em criptomoedas pode ser estendida indefinidamente. Embora seja uma classe de ativos relativamente nova e fascinante, as criptomoedas têm vindo a tornar-se gradualmente adotadas pelo público em geral, na continuidade da adoção global. Segundo o relatório ‘Mercado Global de Blockchains e Criptomoedas de 2021’, espera-se que a tecnologia blockchain tornar-se-á um contribuidor significativo para o PIB global, reforçando-o em 2 triliões de dólares até 2030.


A CoinMarketCap demonstra que há mais de 11 000 criptomoedas disponíveis no mundo, dados a 28 de julho de 2021. Pode tornar-se parte deste mercado negociado os projetos de criptomoedas que considera promissores.


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