Belém Uma cidade mais quente que o normal SkyscraperCity Forum

Belém: Uma cidade mais quente que o normal.


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dricobel.


Dominik Giusti (Agência Museu Goeldi) -- Superlativos não faltam: O Brasil é o país mais diverso do planeta, com seis regiões naturais: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampas; a maior das florestas tropicais do mundo, a Amazônica, tem a maior parte de sua área situado em solo nacional; o país tem o maior sistema de água doce do planeta - a bacia hidrográfica do Amazonas; além de abrigar a maior savana da América do Sul, o Cerrado. Mas o Brasil também é o país que mais perde biodiversidade, com cerca de 30% do território nacional alterado devido à ação humana; tem na Mata Atlântica a floresta mais ameaçada das Américas e também a savana mais ameaçada, o Cerrado. Nesse cenário já são pelo menos 700 espécies ameaçadas de extinção. E o que acontece em Belém? A cidade sofre as conseqüências da perda da cobertura vegetal.


As conseqüências diretas do desmatamento para a população de Belém; o planejamento de centros urbanos na Amazônia; os efeitos da perda da biodiversidade do país e o caso do etanol foram alguns dos temas tratados no último dia do Ciclo de Palestras que integrou o programa da Festa Anual da Árvore realizada pelo Museu Goeldi.


O último dia de debates trouxe o Dr. Leandro Ferreira, da Coordenação de Ciências da Terra, do Museu para falar sobre “A Perda da Cobertura Vegetal de Belém e suas Conseqüências para a População”. Ferreira usou diversos mapas dos anos de 1984 a 2004 para ilustrar como era a situação das áreas verdes na Região Metropolitana de Belém (RMB) – Belém, Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Bárbara – e como se encontram hoje.


Dentre as funções da vegetação no espaço urbano, segundo Ferreira, está o fato de a cobertura vegetal ser elemento fundamental para a composição atmosférica, pois mantém o equilíbrio solo-clima-vegetação, suaviza os níveis de ruído, além de ter valor estético, por servir como ornamento natural.


'Com a perda da vegetação, todas essas vantagens e benefícios deixam de existir e a população começa a sofrer”. Segundo o pesquisador é com o desmatamento que surgem os bolsões de calor - áreas de grande concentração de edificações em concreto e muito asfalto. Aí se acumula o calor, pois os prédios impedem a circulação do vento que vem da Baía do Guajará. Em locais onde a construção civil precisa ser controlada, não há fiscalização. Há, isso sim, uma supervalorização dos terrenos e um movimento intenso de especulação imobiliária, que só degrada o meio ambiente. O Projeto Portal da Amazônia na orla de Belém autoriza a construção de prédios de até sete metros, cota essa que se aumentar, prejudicará ainda mais o centro da cidade já encurralado e sem vento.


Para evitar que mais e mais vezes esses fatos passem despercebidos, Ferreira a exemplo de outro conferencista, o Dr. Netuno Leão, do Imazon, lembrou a importância dos parques urbanos. Belém tem oficialmente cinco parques urbanos: Parque Ambiental do Utinga, Parque Ecológico do Médice, Parque da Ilha do Mosqueiro, Museu Paraense Emílio Goeldi e Bosque Rodrigues Alves. O Parque do Utinga, por exemplo, mantém os lagos Bolonha e Água Preta, que abastecem mais de um milhão de pessoas com água dos seus mananciais, mas estão cada vez mais ameaçados pela expansão dos bairros e das construções imobiliárias do entorno.


O desafio do planejamento - Depois dos alertas feitos pelo Dr. Leandro Ferreira, a professora da Universidade Federal do Pará, Ana Cláudia Cardoso, falou sobre “Os Desafios do Planejamento Municipal na Amazônia”. Ela mostrou que com a intensificação da globalização e da crise ambiental, está ocorrendo um aumento excessivo das áreas urbanas e a diminuição da qualidade de vida. As pessoas buscam cada vez mais morar nos centros urbanos dos municípios, mas sem as necessárias condições. “Com a falta de planejamento de redes urbanas, esses problemas se intensificam cada vez mais,” diz ela ao dar exemplos de cidades como Marabá e Parauapebas, que possuem imensa extensão territorial, e um aglomerado de pessoas concentradas apenas nos centros dos municípios.


Além disso, a professora fez uma projeção de como estão de formando as cidades do século XXI: cidades dentro de cidades; com diversas periferias; valorização de obras de espaços de entretenimento, em detrimento de melhorias em áreas periféricas, para melhorar a qualidade de vida; embelezamento de partes da cidade, com a construção de orlas, que servem de “frentes de cidades”. Segundo ela, para evitar tais práticas, é importante que se busque o fortalecimento da identidade local como forma de buscar a sustentabilidade nos grandes centros urbanos.


A perda da biodiversidade brasileira - Esse foi o tema da palestra que encerrou os debates promovidos durante a Festa Anual da Árvore no Museu Goeldi. O Dr. José Maria Cardoso da Silva, da Conservação Internacional (CI), falou sobre a “Conservação da Biodiversidade em um Mundo em Transformação: o exemplo do etanol brasileiro”.


Ao expor os principais problemas ambientais no Brasil como a perda da diversidade ecológica, Cardoso falou sobre serviços ecológicos devido a mudanças no padrão do uso do solo; atividades antrópicas – intereferência humana - que interferem diretamente na natureza e provocam mudanças climáticas globais. Dos ecossistemas nacionais só restam 7% da vegetação natural da Mata Atlântica, e do Cerrado já são 60% de área devastada, por causa de plantações de soja, da pecuária extensiva e de ocupações.


Como frear a perda da biodiversidade? – Para Cardoso, instituir mais Unidades de Conservação (UC’s) públicas ou privadas; estimular a criação de reservas legais, através da regularização de propriedades privadas; criar áreas de proteção permanente em lugares estratégicos; conceder mais terras aos indígenas, que protegem e não degradam a natureza, são algumas das estratégias para conter as já muitas perdas.


A conservação da biodiversidade pode ser sinônimo de vantagem competitiva do etanol brasileiro, pois ele emite menos carbono - é o chamado combustível verde. Mas se não existirem planos para a produção do etanol, ele pode aumentar os problemas ecológicos, alerta Cardoso. Foram criadas então 12 Áreas Importantes para a Expansão do Etanol, as AIE’s, que abrangem mais de 800 mil quilômetros do território nacional, selecionadas com base em dados climáticos, declividade e logística. A Amazônia e o Pantanal não fazem parte dessas áreas, pois não é interessante dizer que o etanol brasileiro está sendo produzido através da devastação desses ecossistemas. O que se fez foi o aproveitamento de áreas já desmatadas, presentes mais no Cerrado e na Caatinga. Mas 9 dessas 12 AIE’s já foram modificadas mais do que o mínimo legal, denuncia o pesquisador.


Nenhuma das AIE’s dispõe de sistema de conservação formal e não será sustentável ao longo do tempo. Para reverter o quadro pessimista, Cardoso diz que é necessária a criação de um plano de sustentabilidade financeira para que a conservação seja garantida. Com investimentos em conservação e manutenção dessas áreas da ordem de 8% a 16,5% do valor que será investido na produção do etanol até 2025 – um total de 5 bilhões de dólares ao ano, existe a possibilidade de se gerar emprego e renda para moradores locais.


Nos três dias de evento o auditório do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi esteve lotado. O público era composto por estudantes, professoras, profissionais da área de turismo e demais interessados pelo tema.


Fonte: Pará Negócios.


dricobel.


Jorge Luís.


Eu Sou o Rei do Mundo!


Quente? eu tow aqui num frio fumado!! hahahah e as chuvas estão longe de acabar.


Alexandre Lima.


Banned.


Saudades do forninho de Manaus.


Que nada. ADORO o clima de Goiânia. yes:


O silêncio é a voz que grita mais alto!


Jorge Luís.


Eu Sou o Rei do Mundo!


então meus amigos..vão se preparando.


redação online - Últimas Notícias.


Plantão Terça-feira de chuva no Pará 01/04/2008 - 7h15m.


De acordo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a previsão do tempo para esta terça-feira (1º) no Pará é de céu encoberto a nublado com chuva. A temperatura deve permanacer estável com máxima de 32ºC e mínima de 18ºC. Ventos com intensidade calma a fraca.


Em Belém, o dia deve ser encoberto a nublado com chuva. A temperatura deve permanecer estável com máxima de 29ºC e mínima de 23ºC. Ventos com intensidade fraca.


Marcelo Massulo.


Registered.


Esse texto não traz nenhum novidade.


Todos sabemos que Belém é uma cidade quente. Todos sabemos que quanto mais se retirar as áreas verdes, mais quente a cidade vai ficar.


Basta ficar 12:00h no pouco arborizado bairro do Guamá e ficar 12:00h na Arborizada Av. Nazaré pra sentir a diferença.


Rafael Rosato.


Registered.


^^ Pensei a mesma coisa.


Mas se Belem fizesse frio. o frio seria maior, pq o concreto não segura o calor(pelo contrario so piora, o frio ou o calor)


odilsons.


Registered.


O grande problema é que a cidade está crescendo é pouco se tem feito para criar áreas verdes os conservar as áreas verdes que existem dentro da cidade. O nosso município vizinho, creceu bastante nos últimos 20 anos e é pobre em áreas verdes no seu espaço urbanizado. Como um município com a população de Ananindeua, onde outrora existiam muitas matas e ainda restaram algumas, não reservou parte desssas áreas verdes, nos diferentes pontos da cidade, para amenizar o clima e serem locais de descanso e lazer da população local? O antigo Açude do Maguari, reservatório de água que abastecia o Cortune, poderia ter sido transformado num lindo parque municipal, muito mais bonito que o Bosque Rodrigues Alves, já que açude tem uma área bem maior que os lagos do bosque. Com a ocupação ao seu redor e a perda de suas matas, o nível de água do açude vem diminuíndo a cada ano. Mas fica aqui a sugestão para o prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho, comprar aquela área e transformá-la em um belo parque que Ananindeua merece. Esse açude faz parte da histório do município, pois abasteceia de água a primeira industria de Ananindeua. Ah quanta saudade desse açude! Nele me deliciei tomando inúmeros banhos!


dricobel.


esse açude Maguari não é aquele que corta a estrada do Maguari, via que liga a BR 316 com a Cidade Nova?


Rafael Rosato.


Registered.


dricobel.


Esforços para manter o verde da cidade.


Dominik Giusti (Agência Museu Goeldi) -- “O Avanço do Desmatamento na Grande Belém” e “Diversidade Florística e o Paisagismo Urbano no Município de Belém”, também foram temas discutidos no Ciclo de Palestras da Festa Anual da Árvore realizada no Museu Goeldi. O Dr. Netuno Leão, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), e Julianne Moutinho Marta, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), foram os conferencistas.


Leão mostrou mapas comparativos da cobertura vegetal existente na região metropolitana de Belém de 1986 a 2006. Segundo ele, o desmatamento na região metropolitana se concentra principalmente na área continental da cidade - onde restam apenas 19% de verde - e em Benevides e Marituba, onde o desmatamento é muito avançado. As principais causas do desmatamento são: construções de condomínios e conjuntos habitacionais, ocupações irregulares de terra ou invasões, e para dar espaço para a agricultura. A ilha de Cotijuba também já perdeu 46% da área de floresta. O bairro da Pratinha é um local onde o desmatamento é recente; em quatro anos diversas áreas foram invadidas.


O pesquisador do Imazon abordou conceitos como floresta urbana e princípios da sustentabilidade ambiental. “Uma floresta urbana é a soma da vegetação lenhosa que envolve e circunda os aglomerados urbanos desde pequenas comunidades rurais até grandes áreas metropolitanas”, ensina leão. Essas florestas remanescentes estão situadas nas ilhas, que compõem a Grande Belém; nas áreas de uso restrito da UFPA, UFRA, e áreas militares; e nas Unidades de Proteção Ambiental já existentes na ilha de Mosqueiro, Conjunto Médici e no Utinga. Ao abordar os princípios de sustentabilidade, Leão explicou que para conservar as florestas urbanas, são necessários: a criação de novas Unidades de Proteção Ambiental (UPA’s); a garantia da infra-estrutura e da segurança das UPA’s; além do estímulo às atividades de lazer dentro das unidades.


A arborização de ruas e avenidas da cidade foi o tema da palestra de engenheira agrônoma da Secretária Municipal de Meio Ambiente (Semma), Julianne Moutinho. Assunto de maior interesse para os moradores da cidade, a arborização é responsabilidade do Município e tem sido alvo de críticas. Julianne mostrou os planos de arborização para Belém, que prevêem o plantio de espécies nativas e não mais de espécies exóticas - noção observada no paisagismo antigo da cidade. “A Semma vai plantar espécies de palmáceas e arbóreas da região”, informou a agrônoma.


Em sua exposição, Julianne apresentou algumas das estratégias de conservação de áreas verdes da Semma. Implementar diretrizes da política municipal de meio ambiente, como zoneamentos, estudos de impactos ambientais e ações de educação ambiental e incentivar pesquisas científicas e estabelecer parcerias institucionais e ampliar o sistema de florestas urbanas são algumas das estratégias. Além disso a aprovação da lei municipal n° 8.489/2005, que instituiu a Política e o Sistema de Meio Ambiente do Município de Belém facilita o trabalho do Município ao prever a preservação de no mínimo 20% da vegetação existente nos planos de urbanização públicos e particulares. Compensação ambiental e licenciamento ambiental para obras que incidirem sobre espaços físicos com vegetação de médio e grande porte são outros expedientes da gestão do verde em Belém, segundo a engenheira agrônoma da Semma.


Nativas ou Exóticas - O ficus, espécie, da preferência da população da cidade, segundo Julianne, apesar de serem fáceis de podar “não são adequados para arborização ou para plantio em calçadas”, aconselha, “pois são baixos e não produzem sombra”. Já as acácias e as castanholas, com muitos exemplares na cidade, são heranças dos antigos projetos de arborização da cidade e datam da década de 1970.


Em 2007, a Semma plantou 1040 mangueiras na cidade e mais outras 1367 mudas de outras espécies. Na Avenida Duque de Caxias, uma das principais vias de acesso da cidade, por causa da reforma e expansão da avenida, algumas árvores foram retiradas porque se encontravam em idade senil e mais 692 árvores foram plantadas. Ela falou também do projeto da Avenida Marquês de Herval, que está em andamento, onde 83% de arbóreas existentes foram preservadas e plantou-se mais 697 novas mudas. A agrônoma da Semma lembrou ainda que a legislação protege espécies longevas como as samaumeiras e as mangueiras, tombadas por lei municipal, e cuja destruição é passível de multa.


Áreas verdes preservadas garantem qualidade de vida nas cidades.


Não derrubar mais árvores e plantar mudas e sementes são formas essenciais para preservar o verde. Nas áreas urbanas, essa necessidade é ainda maior. Os motivos para proteger áreas verdes urbanas que ainda restam na região metropolitana de Belém são os mais variados. São elas que ajudam a equilibrar o microclima da cidade; protegem os lagos e mananciais que abastecem a cidade, como os lagos Bolonha e Água Preta; protegem, ainda, o solo da erosão e da lixiviação, processo que provoca a perda de nutrientes. Além de frutos, as árvores dão sombra e embelezam a cidade. Essa foi a principal mensagem deixada pelos palestrantes que se apresentaram durante o Ciclo de Palestras realizado durante a Festa Anual da Árvore que se encerra neste domingo no Museu Goeldi.


De estudantes do ensino médio a cidadãos de terceira idade, passando por estudantes universitários e profissionais de turismo assistiram a palestra de abertura que tratou do uso de espécies arbóreas nativas na cidade. A Dra. Noemi Vianna Martins Leão, engenheira florestal e pesquisadora da Embrapa – Amazônia Oriental, falou sobre os principais tipos de árvores – as frutíferas, as medicinais e as madeireiras - e sobre o que elas produzem como frutos comestíveis, madeira para diversos fins, além de sua utilização no embelezamento de áreas onde predomina o concreto.


Segundo a palestrante, também há vantagem em manter um bosque - área com grande número de árvores - para preservar a biodiversidade local. Em sua experiência, os bosques têm papel educativo, pois podem abrigar aulas de botânica e ecologia, além de representarem área de essencial lazer nas cidades. São inúmeros os exemplos de áreas verdes urbanas, como o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com 54 hectares; o Jardim Botânico do Paraná, com 24,5 hectares de extensão; e o Bosque Rodrigues Alves, em Belém, com 14 hectares.


Planejamento – Para Noemi Leão, não adianta apenas plantar mais árvores em Belém, mas sim fazer um planejamento para a arborização da cidade. Outros pontos também contribuem para o fracasso de um projeto de arborização, como a má condução do plantio, a baixa porcentagem de sobrevivência das mudas, além da depredação, do vandalismo e da falta de conscientização sobre a importância das árvores. Ela explicou também os problemas que as árvores causam em grandes centros urbanos: eventuais faltas de energia elétrica, por conta dos galhos que interrompem a fiação elétrica; o entupimento de valas e esgotos; e a redução da qualidade da iluminação.


A palestrante lembrou inúmeros projetos de implantação de bosques urbanos. Durante a década de 1980, foi estabelecida uma parceria entre a Embrapa e a Secretaria de Estado de Educação para criar bosques escolares e trabalhar com educação ambiental nas escolas. Na década de 1990, a parceria foi estabelecida com a Universidade Federal do Pará e surgiu o projeto do “Trote Ecológico”, que seriam atividades ambientais com os calouros. Nos anos 2000, o principal projeto para manter a floresta urbana é o projeto “Quintais Florestais”, da Embrapa – Amazônia Oriental, a partir do qual é feito o reflorestamento de quintais de residências onde as principais espécies são as frutíferas e as medicinais.


“Minha terra tinha palmeiras, onde cantava o sabiá” - Uma outra parte da biodiversidade: os pássaros, que dependem das florestas para sobreviver, também foi assunto de palestra durante as comemorações da Festa Anual da Árvore no Museu. O Dr. David Oren, pesquisador do Museu Goeldi, falou sobre “O Verde e as Aves: Mudanças na Composição da Avifauna de Belém”. O ornitólogo – especialista em aves - mostrou como era a paisagem natural da cidade e as principais formas nativas de vegetação, como a mata de terra firme, o igapó, a várzea (buritizais e açaizais), os manguezais, aningais e pirizais. A diminuição das áreas naturais ocasionada pela ocupação humana reduziu em muito as espécies amazônicas. Originalmente, eram aproximadamente 500 as espécies de aves em Belém. Hoje, devido à ocupação da área pela cidade, algumas espécies já nem podem ser vistas. Esse é o caso do Gavião Real, extinto na área urbana, pois precisa de grandes áreas para sobreviver. O último registro que se tem dessa ave em Belém é de 1910. Hoje não existe mais habitat para esse pássaro na cidade.


Oren falou também do processo de extinção das araras – arara-canindé, arara vermelha, arara canga e arara azul – impulsionado pelo tráfico de animais silvestres, que só passou a ser considerado crime a partir de 1967. Mesmo com a proibição do tráfico oficializada, a fiscalização não era feita com rigor e o tráfico se manteve por um longo tempo. Só na década de 1990, órgãos como o Ibama intensificaram as vistorias.


Outra ave que se encontra em processo crítico de extinção é o tucano. Apesar de ainda existirem todas as espécies nativas dos tucanos e de serem animais de vida longa – alcançam idade entre 25 a 30 anos, não são mais comumente vistos na cidade. Não foram somente as aves de terra firme que entraram em extinção, mas também outras aves cujo habitat são os aningais e os pirizais.


Aves não nativas também foram incorporadas à região, como o pardal, o anum branco e a jandaia. Os pardais chegaram com a colonização portuguesa; por saudade da terra natal os portugueses traziam essa espécie de pássaro para a cidade. Com o passar do tempo, eles se adaptaram à umidade da cidade. O pardal é de origem européia, mas também é encontrado na Ásia e na África. Já o anum branco teve primeiro registro em Belém no ano de 1980, encontrado no bairro do Guamá. E as jandaias eram comumente apreendidas no Ver-O-Peso, e depois soltas na cidade. Finalmente, o pombo do México, mais conhecido com pombo correio, também foi trazido para a cidade e teve importância econômica e militar.


Para encerrar a palestra, Dr. David Oren lembrou do famoso poema de Gonçalves Dias e o adaptou: “Minha terra tinha palmeiras, onde cantava o sabiá”. Com isso fez um apelo aos participantes: que cuidem das florestas.